Change Translation
- Recent Translations
-
Audio Available
- All Translations
-
Audio Available
Jó 6; Jó 7; Jó 8; Jó 9
Viewing Multiple Passages
Share
Settings
Jó 6
1
Então Jó, respondendo, disse:
2
Oxalá de fato se pesasse a minhá magoa, e juntamente na balança se pusesse a minha calamidade!
3
Pois, na verdade, seria mais pesada do que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras têm sido temerárias.
4
Porque as flechas do Todo-Poderoso se cravaram em mim, e o meu espírito suga o veneno delas; os terrores de Deus se arregimentam contra mim.
5
Zurrará o asno montês quando tiver erva? Ou mugirá o boi junto ao seu pasto?:
6
Pode se comer sem sal o que é insípido? Ou há gosto na clara do ovo?
7
Nessas coisas a minha alma recusa tocar, pois são para mim qual comida repugnante.
8
Quem dera que se cumprisse o meu rogo, e que Deus me desse o que anelo!
9
que fosse do agrado de Deus esmagar-me; que soltasse a sua mão, e me exterminasse!
10
Isto ainda seria a minha consolação, e exultaria na dor que não me poupa; porque não tenho negado as palavras do Santo.
11
Qual é a minha força, para que eu espere? Ou qual é o meu fim, para que me porte com paciência?
12
É a minha força a força da pedra? Ou é de bronze a minha carne?
13
Na verdade não há em mim socorro nenhum. Não me desamparou todo o auxílio eficaz?
14
Ao que desfalece devia o amigo mostrar compaixão; mesmo ao que abandona o temor do Todo-Poderoso.
15
Meus irmãos houveram-se aleivosamente, como um ribeiro, como a torrente dos ribeiros que passam,
16
os quais se turvam com o gelo, e neles se esconde a neve;
17
no tempo do calor vão minguando; e quando o calor vem, desaparecem do seu lugar.
18
As caravanas se desviam do seu curso; sobem ao deserto, e perecem.
19
As caravanas de Tema olham; os viandantes de Sabá por eles esperam.
20
Ficam envergonhados por terem confiado; e, chegando ali, se confundem.
21
Agora, pois, tais vos tornastes para mim; vedes a minha calamidade e temeis.
22
Acaso disse eu: Dai-me um presente? Ou: Fazei-me uma oferta de vossos bens?
23
Ou: Livrai-me das mãos do adversário? Ou: Resgatai-me das mãos dos opressores ?
24
Ensinai-me, e eu me calarei; e fazei-me entender em que errei.
25
Quão poderosas são as palavras da boa razão! Mas que é o que a vossa argüição reprova?
26
Acaso pretendeis reprovar palavras, embora sejam as razões do desesperado como vento?
27
Até quereis lançar sortes sobre o órfão, e fazer mercadoria do vosso amigo.
28
Agora, pois, por favor, olhai para, mim; porque de certo � vossa face não mentirei.
29
Mudai de parecer, peço-vos, não haja injustiça; sim, mudai de parecer, que a minha causa é justa.
30
Há iniqüidade na minha língua? Ou não poderia o meu paladar discernir coisas perversas?
The Almeida Atualizada is in the public domain.
Jó 7
1
Porventura não tem o homem duro serviço sobre a terra? E não são os seus dias como os do jornaleiro?
2
Como o escravo que suspira pela sombra, e como o jornaleiro que espera pela sua paga,
3
assim se me deram meses de escassez, e noites de aflição se me ordenaram.
4
Havendo-me deitado, digo: Quando me levantarei? Mas comprida é a noite, e farto-me de me revolver na cama até a alva.
5
A minha carne se tem vestido de vermes e de torrões de pó; a minha pele endurece, e torna a rebentar-se.
6
Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão, e chegam ao fim sem esperança.
7
Lembra-te de que a minha vida é um sopro; os meus olhos não tornarão a ver o bem.
8
Os olhos dos que agora me vêem não me verão mais; os teus olhos estarão sobre mim, mas não serei mais.
9
Tal como a nuvem se desfaz e some, aquele que desce � sepultura nunca tornará a subir.
10
Nunca mais tornará � sua casa, nem o seu lugar o conhecerá mais.
11
Por isso não reprimirei a minha boca; falarei na angústia do meu espírito, queixar-me-ei na amargura da minha alma.
12
Sou eu o mar, ou um monstro marinho, para que me ponhas uma guarda?
13
Quando digo: Confortar-me-á a minha cama, meu leito aliviará a minha queixa,
14
então me espantas com sonhos, e com visões me atemorizas;
15
de modo que eu escolheria antes a estrangulação, e a morte do que estes meus ossos.
16
A minha vida abomino; não quero viver para sempre; retira-te de mim, pois os meus dias são vaidade.
17
Que é o homem, para que tanto o engrandeças, e ponhas sobre ele o teu pensamento,
18
e cada manhã o visites, e cada momento o proves?
19
Até quando não apartarás de mim a tua vista, nem me largarás, até que eu possa engolir a minha saliva?
20
Se peco, que te faço a ti, ó vigia dos homens? Por que me fizeste alvo dos teus dardos? Por que a mim mesmo me tornei pesado?
21
Por que me não perdoas a minha transgressão, e não tiras a minha iniqüidade? Pois agora me deitarei no pó; tu me buscarás, porém eu não serei mais.
The Almeida Atualizada is in the public domain.
Jó 8
1
Então respondeu Bildade, o suíta, dizendo:
2
Até quando falarás tais coisas, e até quando serão as palavras da tua boca qual vento impetuoso?
3
Perverteria Deus o direito? Ou perverteria o Todo-Poderoso a justiça?
4
Se teus filhos pecaram contra ele, ele os entregou ao poder da sua transgressão.
5
Mas, se tu com empenho buscares a Deus, e ,ao Todo-Poderoso fizeres a tua súplica,
6
se fores puro e reto, certamente mesmo agora ele despertará por ti, e tornará segura a habitação da tua justiça.
7
Embora tenha sido pequeno o teu princípio, contudo o teu último estado aumentará grandemente.
8
Indaga, pois, eu te peço, da geração passada, e considera o que seus pais descobriram.
9
Porque nós somos de ontem, e nada sabemos, porquanto nossos dias sobre a terra, são uma sombra.
10
Não te ensinarão eles, e não te falarão, e do seu entendimento não proferirão palavras?
11
Pode o papiro desenvolver-se fora de um pântano. Ou pode o junco crescer sem água?
12
Quando está em flor e ainda não cortado, seca-se antes de qualquer outra erva.
13
Assim são as veredas de todos quantos se esquecem de Deus; a esperança do ímpio perecerá,
14
a sua segurança se desfará, e a sua confiança será como a teia de aranha.
15
Encostar-se-á � sua casa, porém ela não subsistirá; apegar-se-lhe-á, porém ela não permanecerá.
16
Ele está verde diante do sol, e os seus renovos estendem-se sobre o seu jardim;
17
as suas raízes se entrelaçam junto ao monte de pedras; até penetra o pedregal.
18
Mas quando for arrancado do seu lugar, então este o negará, dizendo: Nunca te vi.
19
Eis que tal é a alegria do seu caminho; e da terra outros brotarão.
20
Eis que Deus não rejeitará ao reto, nem tomará pela mão os malfeitores;
21
ainda de riso te encherá a boca, e os teus lábios de louvor.
22
Teus aborrecedores se vestirão de confusão; e a tenda dos ímpios não subsistirá.
The Almeida Atualizada is in the public domain.
Jó 9
1
Então Jó respondeu, dizendo:
2
Na verdade sei que assim é; mas como pode o homem ser justo para com Deus?
3
Se alguém quisesse contender com ele, não lhe poderia responder uma vez em mil.
4
Ele é sábio de coração e poderoso em forças; quem se endureceu contra ele, e ficou seguro?
5
Ele é o que remove os montes, sem que o saibam, e os transtorna no seu furor;
6
o que sacode a terra do seu lugar, de modo que as suas colunas estremecem;
7
o que dá ordens ao sol, e ele não nasce; o que sela as estrelas;
8
o que sozinho estende os céus, e anda sobre as ondas do mar;
9
o que fez a ursa, o Oriom, e as Plêiades, e as recâmaras do sul;
10
o que faz coisas grandes e insondáveis, e maravilhas que não se podem contar.
11
Eis que ele passa junto a mim, e, nao o vejo; sim, vai passando adiante, mas não o percebo.
12
Eis que arrebata a presa; quem o pode impedir? Quem lhe dirá: Que é o que fazes?
13
Deus não retirará a sua ira; debaixo dele se curvaram os aliados de Raabe;
14
quanto menos lhe poderei eu responder ou escolher as minhas palavras para discutir com ele?
15
Embora, eu seja justo, não lhe posso responder; tenho de pedir misericórdia ao meu juiz.
16
Ainda que eu chamasse, e ele me respondesse, não poderia crer que ele estivesse escutando a minha voz.
17
Pois ele me quebranta com uma tempestade, e multiplica as minhas chagas sem causa.
18
Não me permite respirar, antes me farta de amarguras.
19
Se fosse uma prova de força, eis-me aqui, diria ele; e se fosse questão de juízo, quem o citaria para comparecer?
20
Ainda que eu fosse justo, a minha própria boca me condenaria; ainda que eu fosse perfeito, então ela me declararia perverso:
21
Eu sou inocente; não estimo a mim mesmo; desprezo a minha vida.
22
Tudo é o mesmo, portanto digo: Ele destrói o reto e o ímpio.
23
Quando o açoite mata de repente, ele zomba da calamidade dos inocentes.
24
A terra está entregue nas mãos do ímpio. Ele cobre o rosto dos juízes; se não é ele, quem é, logo?
25
Ora, os meus dias são mais velozes do que um correio; fogem, e não vêem o bem.
26
Eles passam como balsas de junco, como águia que se lança sobre a presa.
27
Se eu disser: Eu me esquecerei da minha queixa, mudarei o meu aspecto, e tomarei alento;
28
então tenho pavor de todas as minhas dores; porque bem sei que não me terás por inocente.
29
Eu serei condenado; por que, pois, trabalharei em vão?
30
Se eu me lavar com água de neve, e limpar as minhas mãos com sabão,
31
mesmo assim me submergirás no fosso, e as minhas próprias vestes me abominarão.
32
Porque ele não é homem, como eu, para eu lhe responder, para nos encontrarmos em juízo.
33
Não há entre nós árbitro para pôr a mão sobre nós ambos.
34
Tire ele a sua vara de cima de mim, e não me amedronte o seu terror;
35
então falarei, e não o temerei; pois eu não sou assim em mim mesmo.
The Almeida Atualizada is in the public domain.