Ester 1; Ester 2

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Ester 1

1 Sucedeu nos dias de Assuero, o Assuero que reinou desde a Índia até a Etiópia, sobre cento e vinte e seis províncias,
2 que, estando o rei Assuero assentado no seu trono do seu reino em Susã, a capital,
3 no terceiro ano de seu reinado, deu um banquete a todos os seus príncipes e seus servos, estando assim perante ele o poder da Pérsia e da Média, os nobres e os oficiais das províncias.
4 Nessa ocasião ostentou as riquezas do seu glorioso reino, e o esplendor da sua excelente grandeza, por muitos dias, a saber cento e oitenta dias.
5 E, acabado aqueles dias, deu o rei um banquete a todo povo que se achava em Susã, a capital, tanto a grandes como a pequenos, por sete dias, no pátio do jardim do palácio real.
6 As cortinas eram de pano branco verde e azul celeste, atadas com cordões de linho fino e de púrpura a argola de prata e a colunas de mármore; os leitos eram de ouro e prata sobre um pavimento mosaico de pórfiro, de mármore, de madrepérola e de pedras preciosas.
7 Dava-se de beber em copos de ouro, os quais eram diferentes uns dos outros; e havia vinho real em abundância, segundo a generosidade do rei.
8 E bebiam como estava prescrito, sem constrangimento; pois o rei tinha ordenado a todos os oficiais do palácio que fizessem conforme a vontade de cada um.
9 Também a rainha Vasti deu um banquete �s mulheres no palácio do rei Assuero.
10 Ao sétimo dia, o rei, estando já o seu coração alegre do vinho, mandou a Meumã, Bizta, Harbona, Bigta, Abagta, Zétar e Carcás, os sete eunucos que serviam na presença do rei Assuero,
11 que introduzissem � presença do rei a rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a sua formosura, pois era formosíssima.
12 A rainha Vasti, porém, recusou atender � ordem do rei dada por intermédio dos eunucos; pelo que o rei muito se enfureceu, e se inflamou de ira.
13 Então perguntou o rei aos sábios que conheciam os tempos (pois assim se tratavam os negócios do rei, na presença de todos os que sabiam a lei e o direito;
14 e os mais chegados a ele eram: Carsena, Setar, Admata, Társis, Meres, Marsena, Memucã, os sete príncipes da Pérsia e da Média, que viam o rosto do rei e ocupavam os primeiros assentos no reino)
15 o que se devia fazer, segundo a lei, � rainha Vasti, por não haver cumprido a ordem do rei Assuero dada por intermédio dos eunucos.
16 Respondeu Memucã na presença do rei e dos príncipes: Não somente contra o rei pecou a rainha Vasti, mas também contra todos os príncipes, e contra todos os povos que há em todas as províncias do rei Assuero.
17 Pois o que a rainha fez chegará ao conhecimento de todas as mulheres, induzindo-as a desprezarem seus maridos quando se disser: O rei Assuero mandou que introduzissem � sua presença a rainha Vasti, e ela não veio.
18 E neste mesmo dia as princesas da Pérsia e da Média, sabendo do que fez a rainha, dirão o mesmo a todos os príncipes do rei; e assim haverá muito desprezo e indignação.
19 Se bem parecer ao rei, saia da sua parte um edito real, e escreva-se entre as leis dos persas e dos medos para que não seja alterado, que Vasti não entre mais na presença do rei Assuero, e dê o rei os seus direitos de rainha a outra que seja melhor do que ela.
20 E quando o decreto que o rei baixar for publicado em todo o seu reino, grande como é, todas as mulheres darão honra a seus maridos, tanto aos nobres como aos humildes.
21 Pareceu bem este conselho ao rei e aos príncipes; e o rei fez conforme a palavra de Memucã,
22 enviando cartas a todas as províncias do rei, a cada província segundo o seu modo de escrever e a cada povo segundo a sua língua, mandando que cada homem fosse senhor em sua casa, e que falasse segundo a língua de seu povo.
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Ester 2

1 Passadas estas coisas e aplacada a ira do rei Assuero, lembrou-se ele de Vasti, do que ela fizera e do que se decretara a seu respeito.
2 Então disseram os servos do rei que lhe ministravam: Busquem-se para o rei moças virgens e formosas.
3 Ponha o rei em todas as províncias do seu reino oficiais que ajuntem todas as moças virgens e formosas em Susã, a capital, na casa das mulheres, sob a custódia de Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres; e dêem-se-lhes os seus cosméticos.
4 E a donzela que agradar ao rei seja rainha em lugar de Vasti. E isso pareceu bem ao rei; e ele assim fez.
5 Havia então em Susã, a capital, certo judeu, benjamita, cujo nome era Mardoqueu, filho de Jair, filho de Simei, filho de Quis,
6 que tinha sido levado de Jerusalém com os cativos que foram deportados com Jeconias, rei de Judá, o qual nabucodonosor, rei de Babilônia, transportara.
7 Criara ele Hadassa, isto é, Ester, filha de seu tio, pois não tinha ela nem pai nem mãe; e era donzela esbelta e formosa; e, morrendo seu pai e sua mãe, Mardoqueu a tomara por filha.
8 Tendo se divulgado a ordem do rei e o seu edito, e ajuntando-se muitas donzelas em Susã, a capital, sob a custódia de Hegai, levaram também Ester ao palácio do rei, � custódia de Hegai, guarda das mulheres.
9 E a donzela gradou-lhe, e alcançou o favor dele; pelo que ele se apressou em dar-lhe os cosméticos e os devidos alimentos, como também sete donzelas escolhidas do palácio do rei; e a fez passar com as suas donzelas ao melhor lugar na casa das mulheres.
10 Ester, porém, não tinha declarado o seu povo nem a sua parentela, pois Mardoqueu lhe tinha ordenado que não o declarasse.
11 E cada dia Mardoqueu passeava diante do pátio da casa das mulheres, para lhe informar como Ester passava e do que lhe sucedia.
12 Ora, quando chegava a vez de cada donzela vir ao Rei Assuero, depois que fora feito a cada uma segundo prescrito para as mulheres, por doze meses (pois assim se cumpriam os dias de seus preparativos, a saber, seis meses com óleo de mirra, e seis meses com especiarias e ungüentos em uso entre as mulheres);
13 desta maneira vinha a donzela ao rei: dava-lhe tudo quanto ela quisesse para levar consigo da casa das mulheres para o palácio do rei;
14 � tarde ela entrava, e pela manhã voltava para a segunda casa das mulheres, � custódia de Saasgaz, eunuco do rei, guarda das concubinas; ela não tornava mais ao rei, salvo se o rei desejasse, e fosse ela chamada por nome.
15 Ora, quando chegou a vez de Ester, filha de Abiail, tio de mardoqueu, que a tomara por sua filha, para ir ao rei, coisa nenhuma pediu senão o que indicou Hegai, eunuco do rei, guarda das mulheres. Mas Ester alcançava graça aos olhos de todos quantos a viam.
16 Ester foi levada ao rei Assuero, ao palácio real, no décimo mês, que é o mês de tebete, no sétimo ano de seu reinado.
17 E o rei amou a Ester mais do que a todas mulheres, e ela alcançou graça e favor diante dele mais do que todas as virgens; de sorte que lhe pôs sobre a cabeça a coroa real, e afez rainha em lugar de Vasti.
18 Então o rei deu um grande banquete a todos os seus príncipes e aos seus servos; era um banquete em honra de Ester; e concedeu alívio �s províncias, e fez presentes com régia liberalidade.
19 Quando pela segunda vez se ajuntavam as virgens, Mardoqueu estava sentado � porta do rei.
20 Ester, porém, como Mardoqueu lhe ordenara, não tinha declarado a sua parentela nem o seu povo: porque obedecia as ordens de Mardoqueu como quando estava sendo criada em casa dele.
21 Naqueles dias, estando Mardoqueu sentado � porta do rei, dois eunucos do rei, os guardas da porta, Bigtã e Teres, se indignaram e procuravam tirar a vida ao rei Assuero.
22 E veio isto ao conhecimento de Mardoqueu, que revelou � rainha Ester; e Ester o disse ao rei em nome de Mardoqueu.
23 Quando se investigou o negócio e se achou ser verdade, ambos foram enforcados; e isso foi escrito no livro das crônicas perante o rei.
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